domingo, 31 de agosto de 2008

Doce loucura

Conto as horas, que os minutos são tão longos,
vejo as nuvens a passar em marcha à ré
não há proa, apenas o mar azul imenso,
não há ponteiros apenas o troar abafado dos motores,
lá fora o tempo parou num incrível deboche de cores,
sol que se põe sem escuridão,
volto para donde nunca parti,
não há cansaço mesmo de noite mal dormidas,
não há distância afinal porque somos dois átomos
batendo em uníssono, mesmo separados,
venho de tão longe e afinal estou tão perto,
e num aperto, de braços que enlaçam o teu corpo de alto a baixo,
fundo-me em ti, afogo-me no teu mar, encosto-me ao teu cais,
beijo a tua boca sôfrega da minha, beijo sem fim,
e ali mesmo te faço minha mulher,
pouso no teu colo, adormeço no teu compasso…
e depois em ti acordo, em ti me encontro, já não voo mais,
sempre que parto fico aqui de onde nunca quero sair.

Doce loucura esta de te amar.

João Fernando
5-2-2008

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