sábado, 30 de agosto de 2008

Nem o mais ínfimo pormenor

A minha velha amiga
veio de novo visitar-me,
sabes?
Aquela que de vez enquando
também te visita.

Aquela que nos deixa
maresia nos olhos
e tempestade no coração.

Eu não a convidei,
aliás,
eu nunca a convido,
mas ela vem sempre.
Já mudei tantas vezes
de fechadura
e ela consegue sempre entrar.

Eu não quero.

Não quero a maresia
que ela me dá,
não quero a chuva,
não quero a neve
que me gela a alma,
que me quebra o coração.

Eu não quero nada dela,
porém ela tudo me dá,
tudo,
sem esquecer o mais infímo pormenor.

Maria Madalena, 5 de Março de 2008

1 comentário:

Anónimo disse...

saudade é a luz viva que ilumina a estrada do passado
Fatinha