domingo, 31 de agosto de 2008

No televisor do meu filho

No televisor do meu filho,
O mundo gira, gira,
Ora azul, ora branco,
Ora um arco-íris,
Fixa-o no seu olhar inocente,
Nele não há massacres,
Nem bombas,
Nem tumultos,
Até bate palmas
Com aquelas mãos tão pequeninas
E abre a boca num sorriso.
Os olhos cinzentos brilham,
O corpo balança,
As mãos para a frente,
O primeiro passo,
Depois o rabo almofadado
De fralda recheado,
A caminho do chão.
No televisor do meu filho
Lava-se a roupa suja
E ninguém sai ofendido,
O pivot está sempre de folga
As notícias nem interessam
Podem ser as de ontem.
Eu também queria aquele televisor
Aquela máquina de lavar
Para limpar este mundo de tanta maldade.

João Fernando
Para a Madalena que me deu um filho tão lindo.
Para o meu filho, João, que ele cresça e se faça um homem.
Massamá, 11 de Novembro, dia de São Martinho

2 comentários:

Anónimo disse...

Está muito bonito este poema e as palavras finais tb ,revela realmente muito amor que reina entre vocês.
Meus tios e primo que eu adoro :-),continuem assim.
beijinhos grandes com carinho

Anónimo disse...

Está muito bem escrito e lindo
Fatinha