sábado, 30 de agosto de 2008

Temporal

Ele entrou dentro de casa
e disse enquanto batia com a porta da rua.
-Está um temporal lá fora!

Levantei-me e fui até à janela do quarto.

Fustigada pelo vento
a chuva bailava numa frenética coreografia.
Olhei o céu.
grossas nuvens pintavam-no
em tons de cinza tão escuro, que ao meio-dia,
parecia quase noite.
Enquanto a chuva continuava
o seu bailado infernal,
olhei para o largo,
a água tinha invadido completamente o chão
correndo de tal forma pelas pedras da calçada
que mais parecia o caudal de um qualquer rio.

Quieta em frente à janela
com uma dor imensa
sentia toda aquela tormenta,
toda aquela tempestade.

Ele entrou no quarto.
- Que fazes aí, parada em frente ao espelho?
Perguntou.
Surpreendida virei-me.
Ao seu lado
a única janela do quarto
tinha as portadas completamente fechadas.

Olhei mais uma vez o espelho
e engolindo todo aquele caudal de lágrimas
recolhi-me toda para dentro…
…de mim.

Maria Madalena, 23 de Março de 2008

1 comentário:

Anónimo disse...

Não queres nada dela não deixes que ela entre deita fora
Fatinha