quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Fugir




Fechei os olhos
e
Fugi da terra,
Fugi
Fugi
Para a lua,
Queria ir muito mais além,
Queria fugir
Dos meus medos,
Mágoas,
Dores.

Fugi,
Fugi,
Fugi.
Para um deserto,
Um planeta sem ninguém,
Uma floresta
Um local onde ninguém me encontrasse
Onde as minhas dores não me encontrassem.

Fugi
Para o universo mais profundo
Talvez um buraco negro
Sugasse toda a minha dor.

Fugi
Fugi
Fugi.

Abri os olhos
E aqui estava eu
Sentada
Exactamente no mesmo sítio.
Com todas as minhas mágoas.
São elas a minha sombra
Irão acompanhar-me
Toda a vida
Não tenho como fugir.

Tatuagem marcada a em mim
A ferro e fogo.
Ferida aberta no peito
Que não sara,
Que foi
Reaberta de novo.
Não há fuga,
Não há,
Não há.
Não posso fugir
De mim,
Do que sou,
Dos meus medos,
Dos meus desgostos.
Não posso mudar o passado
Tenho um futuro assombrado à minha frente
E não há fuga possível.
Pois eu sei
“Que ele anda louco
E não é pouco
Por causa do amor
Dessa mulher”.

Maria Madalena, 9 de Junho de 2008

2 comentários:

Anónimo disse...

Madá
Vou lendo o que escreves... vou lendo... poesia sentida, palavras incontidas que nos transportam a outras tantas maneiras de ver exactamente a mesma vida, o mesmo céu que nos cobre... e o sentimento aqui tão à flor da pele, transparentemente...
gosto!
isabel

Anónimo disse...

guardo em mim a recordação
de toda a vossa amizade
obrigado de coração
desejo-vos as maiores felicidades.

com as minhas mãos descortino
todos os meus medos
talvez eu seja um menino
porque tenho medo dos meus segredos.


alfa delta