sábado, 22 de novembro de 2008

Até Quando?

No abismo mais profundo
Prendi a minha alma
A minha alegria.
Com a noite mais escura
Me cobri.

Na minha tristeza
Não há perfume de flores,
Nem o doce cheiro da terra molhada.
Na minha tristeza,
Estou eu,
Apenas eu.
Não consigo entender esta dor
Ou talvez consiga
E a não saiba exprimir
Ou não queira.

É minha.

A palavra fica presa
Esquecida,
Perdida,
Ignorada.
Desconheço uma
Que descreva
A minha mágoa,
A minha tristeza,
O meu sofrimento,
Principalmente
A minha revolta.

Presa entre Eu e Eu
O Eu que fui,
O Eu que serei
Nada existe
Apenas o Eu
Que nada é.

Sou irreal,
Uma sombra
Vagueando pela noite da vida
Na esteira da morte
Vergada pela solidão
Pelo desespero.
Alucino,
Contorço-me de dor.

O meu olhar,
Tantas vezes vazio
Não compreende
Simplesmente não compreende.

Mas dói
E como dói.
Não quero sair do buraco que cavei
Onde me refugio.
Não é o meu Jardim proibido,
Não há jardim
Sem flores,
Sem o chilreio dos pássaros,
Sem o brilho do sol.
Onde me escondo
Só existe
Negrume da tristeza
Esgares de dor
Silêncio da morte.

Até quando?
Até quando?

1 comentário:

Anónimo disse...

Triste, mas na vida, não há só alegrias mas lindo como sempre tudo o que escreves.
Fatinha