quarta-feira, 26 de novembro de 2008

You Were Always On My Mind



"Palavras, por vezes, são como folhas caídas duma árvore levadas pela brisa da tarde ou por uma qualquer tempestade de Outono, outras vezes são como lâminas, cortam-nos o coração e despedaçam-nos os sentimentos, deixando-nos a sangrar por aquilo que parece uma eternidade. As palavras podem ter a doçura de um beijo, a ternura de um abraço, ou a força de um tornado. Podem ser uma declaração de amor arrebatado do mais profundo do nosso ser ou a raiva duma declaração de guerra. Podem levar-nos ao destino desejado ou ser um destino traçado, elevar-nos acima do comum dos mortais, ou fazer-nos sentir abaixo do mais ínfimo verme. Palavras são o que nos resta quando todas as promessas e esperanças se foram, levadas no turbilhão da corrente, atiradas da ponte que nos unia como margens dum rio.
Podem ter a força da espada ou o veneno da víbora, a beleza do por-do-sol ou a esperança do amanhecer dum novo dia. O grito da vida dum choro dum bebé ou o suspiro da morte doce e libertadora. Podem ser a secura agreste dum deserto ou o caudal transbordante dum rio de lágrimas. Felicitam-nos ou consolam-nos nos momentos de dor, fazem-nos sorrir e chorar. Podem ser verdadeiras, ou falsas, tal qual a pessoa que as pronunciou. Podem arrastar multidões, mas não convencer quem realmente interessava."


João Fernando 2000-2001

2 comentários:

Anónimo disse...

Bem escrito como tudo o que escreves, passe o pleonasmo, e cheio de sentimento. Mas Palavras são apenas palavras, um carreirinho de letras escritas, ou ditas, que de nada servem se desprovidas de verdade, sabes, aquela verdade que eu sempre defendi.

Susana Garcia Ferreira disse...

muito bonito e verdadeiro o teu texto,escreves sempre muito bem.
beijinhos titio João