quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Pétala que voa


No alto desta colina,
penso em nós,
sinto uma angústia no peito,
uma raiva no coração.
Recordo os teus gestos,
o teu olhar,
os teus lábios apertados contra os meus
o toque suave do teu corpo,
as tuas palavras,
as palavras...

Foi tanta a paixão...
Tanto o amor...
Falávamos,
faziamos planos,
parecia tudo tão real,
tão verdadeiro.
Como eu acreditei e me entreguei a ti.

Recordo cada momento.
Dói, dói demais,
Dói a mentira,
Dói o engano,
Dói-me muito mais
que não te ter.

As luzes da cidade
já brilham lá em baixo,
eu aqui,
sem saber o que fazer,
sem saber para onde ir.
O abismo convida-me
parece que grita o meu nome,
e diz-me, vem, vem...

Ah que revolta sinto em mim,
por ter sido tão crédulo!

Aconchego-me na fresca aragem,
embrulho-me na minha dor,
sinto o gosto salgado
que me escorre dos olhos baços.

Olho de novo o abismo.
Um arrepio percorre-me o corpo
Estremeço,
desespero.
O nosso amor,
o teu amor
se é que existiu
foi tão efémero,
como a vida de uma borboleta
como uma pétala que voa...

Será que alguma vez houve nós?

Madalena, 16 de Março de 2008

4 comentários:

XR disse...

Sobraram as recordações embora tingidas pelas cores escuras da decepção.
Se doeu foi porque de facto aconteceu - é um marco na vida que não terá que ser revivido.
Lança as pétalas e volta à Terra, minha amiga ... tens a tua luva, aquece bem as mãos nesse coração.

Anónimo disse...

Este poema, não tem nada a ver comigo, repara que está escrito no masculino e com uma etiqueta que não é a minha =o(

Maria de Fatima Mourão disse...

Se houve tanta paixão, tanto amor, nesse momento, ficou um pouco de vós
Fatinha

Anónimo disse...

de "Vós" "nós", não que este poema nada tem a ver comigo :O)
É um poema e mais nada eh eh

que está mais acima, esse sim tem a voer com o "vós" de "nós".