Quando a mesma Mão
Que pendurou os astros no céu,
Que colocou, os rios, os mares
E todas as coisas visiveis e invisiveis sobre a Terra,
Me deu também a vida,
Deu-me algo que não pedi,
Que não queria,
Que não quero.
Os anos acumularam-se
Sobre os ombros,
Como o pó nas prateleiras
E eu aqui continuo.
Hei, será que há por aí alguém
Que queira trocar comigo?
Vou pôr um anúncio no jornal:
“Troca-se vida já usada,
Com 42 anos de rodagem,
Mas em muito bom estado,
Por morte rápida e indolor.”
24 de Fevereiro de 2008
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3 comentários:
gramo muito o pó sobre as prateleiras e os vincos deixados pelo que por lá passou, ou foi arrastado, recentemente... não sei quem determinou tal e tal... sei que de tudo vou vivendo, sempre acreditando... e nada me faz envelhecer nem desacreditar... talvez cair de cara no chão, mas a isso já me habituei... afinal, ando aqui e vivo mesmo...
isabel
(beijinhos)
credo titi madá,ainda bem que isto já foi escrito há um tempo,é que o que é isso de morte rápida e indolor,os teus amigos querem-te bem viva e claro que ninguém vai trocar contigo porque tu és única.
É assim titi querida,a vida pode dar o que queremos mas também dá o que não queremos e não pedimos é mesmo assim.como dizes podem os anos ter-se acumulado mas tu ainda és nova titi,e portanto que continues por muito tempo por cá.
Isso o pó das prateleiras enfim,infelizmente é capaz de ser como o pó em que uma pessoa se transforma depois de partir para a outra vida.
Está muito bem escrito.
beijinhos titi querida
maravilhosamente bem escrito
Fatinha
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