segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

As tuas palavras

(prado verde de Gustav Klimt)


Esta manhã cai uma chuva mansa
devagarinho
entranha-se na terra
quase imperceptivelmente.
Inunda-a da seiva que lhe dá a vida,
por ela,
na primavera,
uma multiplicidade
de cores,
de flores,
de plantas,
de frutos
desponta.
Amadurecerá no verão,
E no outono deliciar-nos-á
com uma explosão de cores.
De novo, no inverno
a mesma chuva irá bater de mansinho
no vidro da minha janela.


Como a chuva que mansamente vai caindo,
assim lentamente as tuas palavras
se vão entranhando em mim
inundando o meu coração
envolvendo-me
numa uma doce paz
tecendo à minha volta uma teia
de um delicado amor extasiante.


As tuas palavras...
preciso delas
tanto como a terra,
da chuva mansa.


Sem elas,
torno-me
árida,
morro
e a semente que vive em mim
nunca florescerá.


Maria Madalena, 29 de Dezembro de 2008

4 comentários:

Maria de Fatima Mourão disse...

lindo fiquei sem palavras:)))
Fatinha

paula silva disse...

Chuva:
lágrimas do céu
mansas
ou revoltas
às vezes palavras
outras gestos
sempre amores
e aqueles sabores
as carícias
o tempo...
o abraço
o momento
sentir o calor
no vento...

Lindooooooo
BEIJOOOOOOOOOOOO

Maria disse...

E a chuva que cai mansamente aflora os sentimentos da Madalena. Mana e poetisa querida.
Seus textos estão cada vez melhores, me parece que esta "nova casa" te fez muito bem.
Continue produzindo coisas lindas, como tão bem o faz.
Que 2009 nos traga muita harmonia, saúde, esperança e sonhos, muitos sonhos, e muita esperança...
Muito obrigada por TUDO.
Beijos pra você e a grande família.
Do coração do Brasil

João Fernando disse...

Mais do que palavras, gestos, actos de Amor. Duas mãos no jardim do Campo Grande...