quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Domingo à Tarde

Domingo à tarde
Há homens que acariciam o clitóris das esposas
Com dedos molhados de saliva
O mesmo dedo com que todos os dias
Contam dinheiro papéis documentos
Folheiam revistas, livros e jornais
E acariciam o clitóris das suas amantes…

Domingo à tarde
Há homens que penetram as suas esposas
Com tédio e pénis
Mecânico
O mesmo com que todos os dias
Enfiam o carro na garagem
Metem a mão ao bolso
Penetram as suas amantes…

Domingo à tarde
Há homens que dizem às suas esposas
Que as querem que as amam que as desejam
Das mesma forma com que todos os dias
Pedem o café o jornal um maço de cigarros
E dizem às suas amantes que as querem que as amam que as desejam…

Domingo à tarde
Há homens que depois do sexo dormem

Enquanto as mulheres na penumbra
Encaram o seu destino
Mas morrem de tristeza
Lembrando os seus sonhos
As amantes dos seus homens
O amor que sempre desejaram
E sonham com um príncipe encantado…

Domingo à tarde
Há dias assim
Domingo à tarde
Há vidas assim!

3 comentários:

Susana Garcia Ferreira disse...

é muito intenso mesmo este poema.beijinhos titi

Maria de Fatima Mourão disse...

poema muito bonito á dias assim e momentos assim é verdade
Fatinha

Maria disse...

Lindo e triste, infelizmente há vidas assim...