quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Erótica


A noite descia
como um cortinado
sobre a erva fria
do campo orvalhado.

e eu (fauno em vertigem)
a rondar em torno
do teu corpo virgem,
sonolento e morno,

pensava no lasso
tombar do desejo;
em breve, o cansaço
do último beijo...

E no modo como
sentir menos fácil
o maduro pomo
do teu corpo grácil:

ou sem lhe tocar
de tanto o querer!
ficar a olhar,
até o esquecer,

ou como por entre
reflexos do lago,
roçar-lhe no ventre
luarento afago;

perpassando os meus
nos teus lábios húmidos,
meu peito nos teus
brancos
seios
túmidos...

Carlos Queirós

1 comentário:

Anónimo disse...

putz, nem sei já quantas vezes tentei enviar um comment-no comment...
vou-vos lendo sempre que posso...
beijocas, meninos
isabel
é sempre bom ler!
isabel