terça-feira, 30 de setembro de 2008

Num copo de whisky


Tento afogar todas as mágoas
Dentro de um copo de whisky
Sem gelo, puro
Como pura a minha tristeza,
As pedras, não são de gelo
São as que a vida me dá.

A garrafa numa das mãos,
Olho, fixo o fundo do copo.
Não há fumo de cigarro,
Não fumo,
Fuma-me a mim a tristeza
Lentamente,
De copo de whisky na mão
As minhas cinzas vão caindo aos poucos.
E assim jazo esquecido
Num qualquer cinzeiro da vida.

Maria Madalena, 30 de Setembro de 2008

Qual o segredo?




Subi à mais alta montanha
Gritei bem alto para que viesses,
Retornou a mim
O eco da minha própria tristeza.
Subi um pouco mais
Para ouvir os seus segredos,
Nem o restolhar das árvores,
Nem o chilreio dos pássaros,
Nem o uivo do vento,
Nem o som da água da nascente,
Murmúrios ouvi,
Apenas os da minha alma.

Pedi-lhe que me contasse
O segredo da sua paz
Nada me disse,
Não sabia,
Ninguém sabe,
Eu não sei.
Cúmplices,
Deitei-me no seu chão de terra
Fiquei esperando que ela até mim chegasse!

Maria Madalena, 30 de Setembro de 2008

domingo, 28 de setembro de 2008

De Novo à Amizade

E para que servem os amigos afinal?...

Amizade









Amigos: Eduardo, Fatinha, Isabel, Margarida, Rui, Susana, Vitor e claro João Fernando e Maria Madalena


Qual o valor da amizade? Será que depende da Cotação da Bolsa de Valores Morais? Julgo que sim, não tenho dúvidas, não vale o mesmo para todos, mas o que inporta é que vale muito para mim, e nesse campo o Psi 20 fechará sempre em alta, no mais alto que puder.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

I cried for you

Katie Melua canta aqui e bem “I cried for you” canção sobre Jesus Cristo e Maria Madalena. Katie Melua escreveu a letra desta canção inspirada no livro "Holy Blood, Holy Grail" que aborda justamente a relação entre Jesus e Maria Madalena, ainda antes do best-Seller que foi, The Da Vinci Code. Apesar de algumas pessoas não gostarem do vídeo devido às sucessivas transfigurações, eu, para além de original, acho-o lindo e de uma sensibilidade extrema, afinal Maria Madalena representa cada um de nós que crê e ama Jesus Cristo, metaforicamente o vídeo mostra-nos que nós estamos no interior Dele, no interior do coração de Jesus, assim como Jesus está dentro de nós, dentro do nosso coração.
A letra é linda e bastante sugestiva, ouçam com atenção e entenderão a força de cada verso.

Maria Madalena

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Pétala que voa

No alto desta colina,
penso em nós,
Há uma angústia no peito,
uma raiva no coração.
Ainda vejo

os teus gestos,
o teu olhar,
os teus lábios apertados contra os meus
o toque suave do teu corpo,
as tuas palavras,
as Palavras...

Foi tanta paixão...
Tanto amor...
Falávamos,
faziamos planos,
parecia tudo tão real,
tão verdadeiro.
Como eu acreditei e me entreguei a ti!

Recordo cada momento.
Dói, dói demais,
Dói a mentira,
Dói o engano,
Dói muito mais
que te perder.

As luzes da cidade
já brilham lá em baixo,
eu aqui,
sem saber o que fazer,
ou para onde ir.
O abismo convida-me
parece que grita o meu nome,
dizendo, vem, vem...

Ah que revolta sinto em mim,
por ter sido tão crédulo!

Aconchego-me na fresca aragem,
embrulho-me na minha dor,
sinto o gosto salgado
que me escorre dos olhos baços.

Olho de novo o abismo.
Um arrepio percorre-me o corpo
Estremeço,
desespero.
O nosso amor,
o teu amor
se é que existiu
foi tão efémero,
como a vida de uma borboleta
como uma pétala que voa...

Será que alguma vez houve nós?

Madalena, 16 de Março de 2008

Perfume

É o perfume do teu corpo que me deixa tonta de prazer.
Quero o nosso amor um quadro minimal
porque nos gestos mais simples,
nos mais pequenos pormenores
se revela a verdadeira beleza,
a verdadeira intensidade do amor
deste amor que,
como tu dizes,
criou raízes
e que,
como diz o poeta
será para sempre...
...enquanto dure.

Simples

Eu não peço muito,
Quero apenas sentar-me nesta pedra
À beira deste caminho
Esperar por ti
Ver a tua silhueta
Recortando a luz do Sol
Sorrindo para mim
Olhos brilhantes
Braços abertos,
Depois
Aninhar-me em ti
Eternamente…

Mas,
Consigo apenas que
Uma lágrima me role pela face.
Consegues dizer-me porquê?

Porque não brilha o Sol
Nem a Lua
Nem as estrelas,
Porque não correm rios para o mar
Porque não voam aves para o céu
Porque não caminhas para mim?

Uma lágrima,
Uma lágrima apenas
Envolve-me.
Devolve-me
À realidade.

Tu não estás
Nem virás
Eternamente…




Madalena, 25 de Setembro de 2008

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Eu ainda quero acreditar em mim e no Homem

Eu quero muito acreditar que um dia isto possa acontecer no mundo, para isso basta que nos amemos e respeitemos uns aos outros. Podíamos começar por coisas tão pequenas, tal como, não enganarmos os outros pensando ser mais espertos que eles, afinal de cada vez que enganamos alguém, é a nós próprios que enganamos.
Vamos fazer um mundo realmente melhor, mas para começar por favor acabem com a Mentira, a Falsidade, a Hipócrisia, sejamos transparentes e honestos como a água cristalina que corre nas levadas das nossas serras...

domingo, 21 de setembro de 2008

Ontem como hoje, este tema, infelizmente é mais do que actual, não só em África, Coreia do Norte, como em tantos locais do mundo e até do nosso país, afinal nós somos o mundo e o que é que fizemos com ele? Destruímo-lo, Gaia está doente muito doente, tal como insistimos em destruirmo-nos, com o Nosso egoísto, com a Nossa mesquinhez, com a Nossa ganância. Em adolescente sonhava ser médica e ir viver para África, para ajudar aquelas crinaças, sonhos de adolescente que nunca se concretizaram. Hoje, se pudesse voltar atrás, meu Deus como tudo seria diferente, troquei um curso de medicina, por um curso de Matemática, quis ser professora, sempre com o mesmo objectivo, ajudar os outros, mas por egoísmo ou por falta de coragem troquei África pelo conforto de um casamento que me libertava das amarras, afinal amarras todos nós temos, de uma forma ou de outra, por este ou aquele motivo. Continuo apaixonada pela Vida, não pela vida, não sei viver pela metade, tudo o que sinto tem que ser a fundo. A vida prega-nos rasteiras, já me habituei a elas, caio muitas vezes, mas levanto-me sempre de cabeça erguida, ou talvez não, porque afinal também eu me envergonho de fazer parte de um mundo onde os valores morais quase desapareceram e tudo o que importa são os bens materiais. Não fui para África, o meu casmento acabou, tenho um Fiat punto em segunda mão, vivo empilhada num apartamento, mas gosto gosto da minha profissão, não gosto da palavra carreira, quem faz carreira, raramente faz Família, e eu antes quero uma Família e amigos, que uma carreira. Amo, amo muito, de muitas formas, que muitos são os rostos do amor.

Mas e África? Ficou na minha vida, perdida no tempo, é mais um buraco na minha alma.

"Pensamentos Soltos" Maria Madalena



sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Assim

E foi assim que começámos, uma canção "Vida - sons do quotidiano", Palavras, Amor, num dia 19, de Dezembro. Deixo-te aqui, Madalena, mais um poema...

De que serve
o mar azul e calmo,
um céu estrelado,
um luar de tornar em prata as águas da baía,
um nevoeiro misterioso,
de que serve o mar enrolar-se na areia
possuindo-a lentamente,
num marulhar murmurado até ao infinito
se tu não estiveres comigo?
Apenas aumenta mais
o desejo de voltar para ti,
de te ter a meu lado,
de escrever no teu corpo
prosa
e verso.
E em teus lábios
derramar beijos infinitos...

Vida

Se amor é fogo que arde sem se ver
o meu é um vulcão,
não o dos Capelinhos,
mas um outro que nasceu um ano depois,
que do Atlântico se ergueu,
não uma jangada de pedra,
mas terra firme onde caminho,
entre nove picos nascidos no meio do mar
e um continente.
É um amor
tão lindo,
tão forte,
que eu em vez de caminhar,
voo
com as asas que me deste,
e em meus braços adejamos sobre a terra.
Juntos subimos ao sétimo céu,
e de mão dada palmilhamos esta estrada da Vida.

Foi um amor sonhado e finalmente encontrado.


21 Março 2008

Tatuagens

Tal como há palavras que nos beijam, há pessoas, canções que nos marcam e emoções que ficam tatuadas em nós, vida fora, a ferro e fogo.



Meu amor,
Não sei porque insistes
Em ouvir na anacusia do silêncio
O barulho ensurdecedor de palavras que não existem?

Meu amor,
Não sei porque insistes
Em ler na brancura do papel
A força das palavras que nele não estão contidas?

Meu amor,
Não sei porque insistes
Em sentir nas minhas emoções
Sentimentos que na realidade não existem?

Meu amor,
Não sei porque insistes
Em expressar sentimentos rudes
Quando deveriam ser doces, meigos, melodiosos?

Meu amor.
Ouve apenas o som do silêncio,
Lê apenas as palavras não escritas no branco do papel,
Sente apenas a tua intuição, a pureza das tuas emoções.

É nos teus sentimentos
Meu amor,
Que conseguirás entender
Toda a paixão que sinto por ti.

Madalena, 19 de Setembro de 2008

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Palavra não dita


O poema é a palavra que não dizemos cara a cara.
Por medo, por vergonha, quando já é tarde.
Escrevi, escreveste poemas, tarde, perdidos no tempo.
Que o tempo agora é o nosso, digo-te vezes sem conta,
Vou escrever-te agora um, não porque te perdi,
Ou porque tenha medo de te perder, mas porque te amo,
Não para esperares por mim, mas para continuares comigo,
Não por me quereres, mas porque te quero, e desejo.
È pecado? Então pequemos em cada momento do dia
E comunguemos desta paixão, minha e tua, deste amor
Que nos arrebata e faz sofrer, complicados que somos,
Porque não pura e simplesmente entregarmo-nos nos braços,
No colo, no peito e deixar que os nossos lábios falem entre si,
Sequiosos, ardentes, respiração ofegante, para logo depois
Acalmarmos novamente e adormecermos num sono doce e
Profundo, tão profundo e tão doce e quando acordamos
No meio da noite, de entre os lençóis vem o cheiro do nosso amor
Ecoam nas paredes os nossos gemidos, gritos de prazer
Ainda lá dançam as nossas sombras, ritmo de ondas de prazer
Do mar azul, duma lua cheia erguendo-se no horizonte
Sobre um mar de prata, pranto na partida quando um milhafre
Levanta voo, olhos brilhando no meio da gare, ponto terminal
De mais uma separação que dói, milhas e milhas, sozinho na cama
Sinto a tua falta, o beijo doce pela manhã, o beijo à saída para o trabalho.
O poema foi a palavra que não dissemos e perdemos o tempo de viver
Por isso não te escrevo poemas, a prosa nem é corrida, voa sobre as linhas
Do papel, paralelas, comboio, passa a paisagem, paramos no tempo
É a vida a passar por nós, eu não quero ser mero espectador, quero
Acompanhá-la a passos largos, tão largos que o tempo parava e era eu que
Voltava no tempo, para quê se seria mero espectador, como um ser invisível,
Então olho à minha volta, bato asas, subo bem alto, como o milhafre planando
Sobre os campos, procuro-te com os meus olhos bem abertos e aterro no teu peito,
No teu ventre a semente do nosso amor vai um dia voar sobre os campos com
As asas que lhe dermos, mas independente, com o seu próprio ritmo,
Vai viver, descobrir o que é amar e talvez, quem saiba, escrever poemas como eu e tu.
Vai aprender, à sua custa, que cada momento é um bem precioso que não volta.
Soltar gargalhadas como a mãe, ser travesso como o pai, vai ser ele próprio,
Um pouco de nós, caminhará sobre a terra, primeiro a passos tímidos, depois correrá,
Palmilhará cada canto, cheirará o verde do eucalipto, a maresia nas rochas, o perfume
Duma rosa de Sintra, o que de bom esta terra tem para nos dar.
O poema não tem rima, nem prosa, o poema tem as palavras
Que escrevemos no corpo um do outro, num toque suave da pena dos nossos dedos,
Dos meus lábios nos teus, dos pés à cabeça.
O poema não tem principio nem fim, perde-se na memória dos nossos desejos,
Nos sonhos de olhos abertos, numa canção, outro poema, numa tarde de inverno.
O poema tem o calor da lareira, o som do estalar da madeira ardendo,
O poema tem o som da voz do recém-nascido, das teclas do piano arrebatado em crescendo, palco d’orquestra dum homem só, de negro vestido, o poema está nas águas do riacho, no restolho das árvores da Lagoa Azul, nos teus lábios.

29 Outubro 2004, sem fim

O rumo a seguir tem de ser diferente

Guardo no coração
Um amor tão doce,
Tão belo,
Tão intenso...

Quando te vejo,
Quando te leio,
Estremeço de paixão.
Imagino o teu beijo,
O toque dos teus dedos,
A maciez do teu cabelo,
O doce aroma do teu corpo...
A pele na pele.

Queria poder deitar-me a teu lado,
Percorrer com as minhas mãos
Todo o teu corpo
E sentir-te vibrar de prazer,
De desejo,
De paixão.
Queria que descobrisses
Todo o meu corpo
Com o toque macio dos teus lábios
E sentir-me vibrar de prazer,
De desejo,
De paixão.
Entregar-nos-íamos com tanta loucura...
Até entontecermos,
Até à inconsciência de tanto prazer.

Queria.
Mas tudo não passa de um sonho,
Mero desejo...

Afinal....
É um amor impossível!

Podia dizer-te

Podia dizer-te que gosto de ti
Mas não digo,

Podia dizer-te que te quero
Mas não digo,

Podia dizer-te que não posso viver sem ti
Mas não digo

Podia dizer-te que te amo
Mas não digo

Podia dizer-te que te adoro
Mas não digo

Podia dizer-te que és tudo para mim
Sal,
Sol,
Lua,
Manhã de maresia,
Cheiro de terra molhada,
Papoila vermelha,
Rosa de Maio
Perfume dos corpos dos amantes,
Sonho de noite de verão,
Céu azul,
Raio de trovoada,
Campo de trigo loiro,
Prado de flores silvestres,
Noite estrelada,
Gota de mel,
Calma,
Paz,
Amor,
Amante,
Amigo,
Poeta de amor e tristeza,
Choro de criança ao nascer,
Riso de criança, correndo ao vento
Podia dizer-te tanta coisa…

Mas não digo.
Porque mais do que as minhas palavras,

Deverias entender o meu silêncio.


Maria Madalena

Certezas?


Na calada da noite
Acordo
Procuro-te,
A meu lado
Só o teu lugar vazio.
O meu olhar triste
Procura o céu.
Busco no luar
Uma companhia,
Um consolo.

O teu beijo,
Teu abraço forte
Teu carinho tão doce.
Sonho apenas…

Durante o dia
Procuro-te pelas ruas
Tropeço na pressa
De te ver,
De te encontrar,
Enrolo-me na multidão,
Tu não estás
Já não estás.
O meu olhar vazio
Prende-se no rio
Que corre lento,
A sua cor em dia cinzento
Lembra os teus olhos
Cinzentos também…
…E tristes,
Tantas vezes tristes,
Como agora os meus…

Porque te foste?
Onde estás?

Maria Madalena

Pelas ruas de Lisboa

Subo a calçada da Glória,
ofegante,
procuro a tua mão,
a tua cintura,
paro à escuta no tempo,
para ouvir a tua gargalhada,
perdida nas ruelas de Lisboa,
pergunto às pedras da calçada
pelos teus passos soltos de outrora,
subo aos telhados na esperança de te ver,
espero que o infinito me devolva,
como no “Contacto”,
a tua voz nas ondas da rádio.
Vou palmilhando a passos largos cada rua,
afinal o propósito tão banal de ali estar,
uns simples documentos, nada mais do que isso
e eu a divagar.
Desço as calçadas revoltas de ruas nuas,
pedras soltas que nada me dizem,
fachadas em restauração,
edifícios desventrados,
abandonados,
mulheres que vendem o corpo em preço de saldo,
fim de estação da vida,
mendigos à espera da bondade alheia,
neste mundo alheado de si próprio,
farrapos humanos da droga
acenando a quem passa
por um lugar vago na condição humana,
num mundo de faz de conta.

29 de Fevereiro 2008
João Fernando

Contigo

Contigo

Se eu pudesse aninhar-me nos teus braços
Perder-me no teu corpo
Percorrer com as minhas, as tuas mãos
Colar o meu rosto ao teu
E ficar assim até ao final dos tempos
Para morrer em seguida com os meus lábios presos aos teus.


Nada mais queria da vida, nem do mundo.
Só ficar eternamente a teu lado.
Respirar o ar que respiras,
Sentir a dor que sentes
Vibrar com a tua felicidade.
Se eu soubesse que arrancando um pedaço de mim
Ganharia a eternidade a teu lado
De boa vontade o faria
Porque o pedaço de mim que falta,
Faz doer mais
Que qualquer outro que eu arrancasse.

Queria perder-me no teu mundo
E que tu te perdesses no meu
Para depois nos encontrarmos,
Os dois,
Num só mundo, o meu e teu.

(Escrito por Isis, este foi o primeiro de muitos dedicados ao seu Osiris.)
13-1-2003

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O Fantasma da Ópera - Music of the Night

Eu não concebo a vida sem amor, sem paixão, a doce loucura da paixão. Pode haver amor sem paixão, mas quando a paixão se alia ao amor é o entrelaçar de dois sentimentos sublimes que nos fazem vibrar e subir ao sétimo céu.

Podemos amar alguém num sentido completamente lato da palavra, amá-la porque gostamos da sua forma de ser, porque nos identificamos com ela, mas a Paixão é diferente, é como se o nosso corpo fosse invadido por uma espécie de droga que nos dá prazer e nos faz viver as emoções a fundo.

Momentos houve em que amámos alguém que pensámos ser exactamente aquilo que esperávamos ou que sonhávamos, alguém que admirávamos pela sua forma de ser, mas quantas vezes sofremos desilusões quando percebemos que afinal amávamos um ídolo com pés de barro? Infelizmente isso acontece. Felizmente eu encontrei o meu fantasma da ópera, aquele que me ama pelo que sou e a quem eu amo pelo que ele é, não pelo que aparenta ser.

Sorte ou coragem? Ambas, afinal a sorte somos nós que a fazemos com as nossas escolhas.

"Pensamentos Soltos" Maria Madalena

The Rose

The Rose, afinal mais um hino ao amor, do qual nós somos a única semente, mesmo nas condições mais adversas, com a força da paixão, conseguimos que o amor floresça.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Fugir




Fechei os olhos
e
Fugi da terra,
Fugi
Fugi
Para a lua,
Queria ir muito mais além,
Queria fugir
Dos meus medos,
Mágoas,
Dores.

Fugi,
Fugi,
Fugi.
Para um deserto,
Um planeta sem ninguém,
Uma floresta
Um local onde ninguém me encontrasse
Onde as minhas dores não me encontrassem.

Fugi
Para o universo mais profundo
Talvez um buraco negro
Sugasse toda a minha dor.

Fugi
Fugi
Fugi.

Abri os olhos
E aqui estava eu
Sentada
Exactamente no mesmo sítio.
Com todas as minhas mágoas.
São elas a minha sombra
Irão acompanhar-me
Toda a vida
Não tenho como fugir.

Tatuagem marcada a em mim
A ferro e fogo.
Ferida aberta no peito
Que não sara,
Que foi
Reaberta de novo.
Não há fuga,
Não há,
Não há.
Não posso fugir
De mim,
Do que sou,
Dos meus medos,
Dos meus desgostos.
Não posso mudar o passado
Tenho um futuro assombrado à minha frente
E não há fuga possível.
Pois eu sei
“Que ele anda louco
E não é pouco
Por causa do amor
Dessa mulher”.

Maria Madalena, 9 de Junho de 2008

segunda-feira, 8 de setembro de 2008


Amor de poesia feito

É assim o nosso amor
Apenas de poesia feito
Em cada palavra
Te namoro
Em cada verso
Te desejo
Em cada poema
Te digo o quanto te amo

Lá longe,
Na escuridão da noite
Alguém canta
Alguém grita
Alguém chora
Alguém ama
Alguém dorme
Alguém sonha
Alguém sofre
Eu fico-me
Sentada no meu quarto
Namoro-te com palavras
Desenho a tinta azul em folha branca
As minhas emoções
Abro a janela
E peço ao vento
Que te as leve
Assim direitinhas tal como as escrevi
E o vento leva-as
Bem guardadas pelos seus longos-braços-de-vento
Mas logo volta
Brinca com os meus cabelos
Acaricia-me o rosto
Cicia-me palavras estonteantes ao ouvido
Eu sei é o teu amor que ele me traz
O teu poema.
Estremeço num prazer orgásmico
Deito-me feliz sonhando-nos.

Mais um dia virá
Trazendo de novo o teu amor na forma de poesia
Levando de novo o meu amor na forma de um poema.

Estranha paixão
Fazendo poesia fazemos amor
E fazemos amor com a nossa poesia.

Maria Madalena, Julho de 2008

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

TU


Mais uma vez o Sol nasceu
O dia clareou
E de mim escorre uma vontade de te ver
Embora saiba que és apenas um sonho distante.

No corre-corre
Do dia a dia
Nem por um instante te esqueço
Tu estás na minha pele,
Nos meus ossos,
No meu âmago,
Sinto o teu cheiro sem mesmo
O ter sentido antes
Mas tu,
Só tu,
Me dás
Força,
Alento,
Para continuar
Neste corre -corre do dia a dia.
Se não fosses tu
Nada faria sentido
E mais valia que me fosse.

Quero-te
Embora não te deseje,
Amo-te
Com um amor diferente
Que não são todos os amores iguais,
Quando penso em ti
Lembra-me um rio de água fresca
E a tua voz,
O som da água que corre
Cristalina,
Pura.

Por vezes estou perdida
Mas quando olho para a minha sombra,
Vejo-te
E encontro-me

Não te quero
Mas quero-te
Porque preciso de ti,
Das tuas palavras,
Porque sem ti
Não sou eu,
Eu
Aquela que sempre quis ser
Mas sem coragem,
De o ser.

Quando olho as estrelas
Vejo o teu rosto
E sorrio
Porque tu,
Também me sorris.
Deito-me feliz
Porque sei que me queres
Como eu te quero,
Sei-o, porque já o disseste,
Em cada palavra,
Em cada sorriso,
Em cada olhar,
E assim sou feliz
Porque não te tendo
Tenho-te,
E isso é tudo o que eu preciso
Para continuar a viver.

Maria Madalena, 4 de Setembro de 2008

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Fico?...


Meu olhar já se perdeu
Lá pela bruma distante,
Meus olhos de maresia
Esperavam os teus,
Onde estão?
Estão longe também
Cegos por não me verem.

Meu olhar já se perdeu
Envolto no mar bravio,
Tarde demais,
Já me fui
Perdida pelas lezírias
Onde a erva é tenra e verde
Verde como os meus olhos
Que procuravam o céu dos teus.

Embrulho palavras e lágrimas,
Misto de amor e saudade.
Onde estás que me não vês?
Onde foste que não me amaste?

Sonhei contigo
Nas longas noites de insónia,
Chamei-te tanta vez,
Escrevi poemas sem fim,
Quantas vezes sem o dizer
Disse-te o quanto te amei,
Pedi ajuda à Lua
Protectora dos amantes,
Pedi conselho à noite
Companheira de quem sofre,
Escrevi cartas, canções,
Pinteis quadros e retratos,
Acenei-te firmemente
E disse-te - estou aqui.
Não me viste,
Nem ouviste,
Nem tão pouco me sentiste,
Invisível para ti
Que mais posso fazer?
As forças chegam ao fim
Afinal o que me resta
Do tanto que eu te quis
Do tanto que eu te quero?
Estou cansada.

Chega?
Bato a porta?
Vou embora?

Ou será que me fazes tua
E tu te fazes meu
Nas linhas dos teus poemas?

Maria Madalena, 2 de Setembro de 2008